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Dose Dupla #5 Equidade, democracia e liberdade


E.du.ca.ção (s.f.) está além das normas pedagógicas, de conhecimentos e de práticas consideradas corretas. Educação é “equidade, democracia e liberdade”. As máximas do @coletivo.pipa dão o título da nosso encontro ao vivo sobre educação. Convidamos a Maria Fernanda Pugliesi, uma das integrantes do coletivo, para falarmos sobre essa atividade feita dentro e fora das escolas.



A gente também buscou em livros e histórias de pessoas alguns caminhos, rumos e, quem sabe, respostas. Ainda que a gente acredite que todo dia somos ensinadas a ver o mar.



1_Biblioteca


_A casa das estrelas, seleção de Javier Naranjo

por Mayara Maluceli


É uma síntese do que eu considero como educação escolar: é uma construção coletiva em via de mão dupla.


De um lado, um professor com bagagem literária, do outro poetas.


O livro “A casa das estrelas” traz um compilado de significados de palavras, mas quem dá esses significados são crianças de 3 a 12 anos, da zona rural de Rionegro, na Colômbia.


“Infância vem do latim infans: o que não fala. As crianças que falaram aqui não conheciam essa definição”

A ideia surgiu em uma aula de criação literário, sim, criação literária para crianças. Nessas aulas, o professor criava brincadeiras, incentivava produção textual, inventava países, sempre junto com as crianças. Em uma dessas aulas, o professor pediu para que os alunos descrevessem a palavra criança, pois a escola estava em comemoração desse dia. E aí percebeu o poder da construção sábia e simples das crianças para palavras empobrecidas pelo uso.


“As crianças estão mais próximas da experiência poética que os adultos, cheios como estamos de deveres que nos negam a contemplação”

_Manual de introdução à Ginecologia natural, de Pabla Pérez San Martín Por Carolina Rolim


Estava na intenção de falar sobre outro livro, de educação feminista (que vai ficar guardado aqui pra um outro encontro virtual temático) quando me deparei com a seguinte sugestão: “Converse com sua filha sobre sexo”.

A partir disso, mudei o rumo da minha pesquisa na intenção de fazer esse recorte sobre educação sexual, subtema que acho de imensa importância.

Ao relembrarmos nossa própria história, a forma como tivemos o primeiro contato com o assunto, nossa iniciação sexual, no caso das mulheres a primeira menstruação, enfim, tudo isso ainda é cercado de muitos tabus. Até porque muito conhecimento acerca disso nos é apresentado no meio da ebulição hormonal da adolescência. Quem aqui teve uma conversa boa com a mãe, o pai ou outra pessoa próxima antes de menstruar? Antes de identificar o primeiro desejo sexual? Quem aqui conheceu seu corpo antes de permitir que um(a) profissional da saúde o “apresentasse” a você?

Adoraria saber! Adoraria conhecer mais histórias de mulheres que conversaram com outras mulheres antes de menstruar pela primeira vez.


Por isso escolhi falar do livro “Manual de introdução à ginecologia natural”, numa vontade de oferecer um pouco mais do conteúdo precioso dessa publicação.


Antes de publicar o livro, a autora Pabla Pérez San Martín produzia zines sobre o assunto, para transmitir saberes que, numa perspectiva acadêmica, não mudavam nada e só ficavam na teoria. Grande parte desse conteúdo está disponível no site GINECOSOFIA.COM : zines, livros e outros materiais.


O livro “Manual de Introdução à Ginecologia Natural” parte de uma reivindicação por mais autonomia para as mulheres no momento de parir e, a partir disso, a autora foi ampliando o foco e outros temas de pesquisa.


Pabla viajou pela América Latina entendendo melhor a medicina dos povos tradicionais e cria uma série de publicações para difundir informações sobre sexualidade feminina. “O primeiro resultado foi um pequeno manual de 90 páginas, que foi um grande sucesso entre as mulheres, e também entre os homens. (...) Foi publicado de forma autogestionada e artesanal, e viu muitas evoluções em seu formato, deixando de ser um fanzine xerocado até, três anos mais tarde, se transformar em um livro (...).

A parte mais bela e frutífera foi ter posto em prática tudo o que acreditava e que aprendi. De parir um filho até receber outros com as minhas próprias mãos. Comecei por mim mesma, depois com as minhas amigas, depois em oficinas com mais mulheres e hoje, como aprendiz no caminho do Partejar Tradicional, sigo aprendendo ao compartilhar com muitas outras parteiras e mulheres gestantes.”


Gostaria de destacar três tópicos sobre o livro: - descolonizar o nosso corpo - autogestão da saúde - autoexame


Se usássemos a educação sexual com base neles, já teríamos avançado muito na construção da sociedade que idealizamos.


Para finalizar, deixo as palavras de esclarecimento contidas no início da publicação:

“Queremos que você seja saudável e segura, bem tratada, e que seja profundamente conhecedora de você mesma. Esse processo é lento, longo e de responsabilidade de cada uma, em comunidade.”

2_Biografia


_Leilane Assunção

por Mayara Maluceli


Leilane Assunção foi a primeira mulher trans professora em uma universidade pública no Brasil. Feminista, redescobriu-se e se reconheceu trans aos 24 anos na universidade, enquanto cursava a graduação em História.


A educadora ultrapassou a fronteira imposta pela sociedade à comunidade trans ao entrar na universidade e chegar até o topo da titulação com a conclusão do doutorado.


Quando estava finalizando o doutorado em 2012, entrou como professora substituta no departamento de história. Ficou sete semestre como substituta.


Ao conquistar o acesso aos bancos da universidade como professora substituta da pós-graduação em Ciências Sociais da UFRN, em 2011, Leilane abriu as portas da academia para outras Leilanes.


Em entrevista, ela recorda que em 2017, foi a primeira vez que tiveram duas trans na sala de aula: uma como professora e uma como aluna.


"Quando a gente é trans, a militância não é uma opção. É um imperativo ético sobre as nossas vidas: ou a gente luta ou a gente morre. E mesmo lutando a gente morre" disse Leilane


Leilane dizia que a universidade é um lugar paradoxal: reprodução de preconceito que circula na sociedade x espaço de revolução. Ela chegou a processar a UFRN mais de uma vez por sofrer agressões e preconceito do corpo universitário.


Lá, ela sofreu uma série de perseguições: o uso de banheiros até a recusa de entrega de chaves de salas, por transfobia que fazia com que não a reconhecessem como professora da instituição. E, ainda, durante 11 anos não teve o direito ao uso do nome social dentro da própria universidade que, aparentemente, a acolhia.


Na tese de mestrado, por exemplo, os dois nomes, o social e o de batismo, ilustravam o passado que infelizmente ainda resistia.


“Só tive o direito em 2011, quando aprovamos uma resolução nos conselhos superiores que dava direito a uma pessoa trans de usar nome social. Aí a pessoa diz: “está vendo, Leilane aguentou 11 anos”. Mas não sou a regra. E isso dá a ideia de que se eu aguentei, qualquer pessoa pode aguentar, e quem não aguenta é preguiçosa ou não quis estudar e estava procurando só uma desculpa. Eu aguentei e só eu sei a que preço, só eu sei as mágoas que guardei e carrego até hoje nesse processo. Sempre tendo a lucidez de que, se a escola era um lugar violento, a rua o seria ainda mais”.

Essas conquistas alcançadas por Leilane dentro da universidade foram um marco para toda a comunidade LGBT.


Aos 37 anos, Leilane faleceu em 2018 após complicações ao contrair pneumonia.


No artigo “A epistemologia do barraco”, Leilane escreve:


Finalizamos com um apelo e uma conclamação: Brasil, mundo, parem de nos matar. Venham, por favor, construir conosco uma luta que não é só nossa como gueto de gênero e sexualidade, é uma luta da humanidade. Nossa luta é todo dia, em cada barraco necessário para sobreviver nesse atroz mundo LGBTfóbico.

_Lélia Gonzales

por Carolina Rolim

Antropóloga, professora, política, intelectual, Lélia Gonzales é um grande nome da filosofia brasileira.

Conheci sua história e produção acadêmica num curso sobre pensadoras feministas e foi o início da minha busca apaixonada por seu pensamento crítico. O texto “Racismo e sexismo na cultura brasileira” me permitiu, pela primeira vez, uma leitura fluida sobre o tema. Aliás, sugiro como um bom texto de introdução aos textos de Lélia, que consegue falar de forma coloquial sobre um assunto que até hoje busca seu lugar de destaque num debate transformador da nossa sociedade.


“Mas é justamente aquela negra anônima, habitante da periferia, nas baixadas da vida, quem sofre mais tragicamente os efeitos da terrível culpabilidade branca. Exatamente porque é ela que sobrevive na base da prestação de serviços, segurando a barra familiar praticamente sozinha. Isto porque seu homem, seus irmãos ou seus filhos são objeto de perseguição policial sistemática (esquadrões da morte, “mãos brancas estão aí matando negros à vontade; observe-se que são negros jovens, com menos de trinta anos. Por outro lado, que se veja quem é a maioria da população carcerária deste país).

Cabe de novo perguntar: como é que a gente chegou a este estado de coisas, com

abolição e tudo em cima?”


Conhecida por ser uma das fundadoras do Movimento Negro Unificado, Lélia atacava o mito da democracia racial, símbolo da identidade nacional adotado pelos militares na ditadura brasileira.


Quando iniciou a militância, já tinha uma carreira como professora. Estudou História e Geografia, e Filosofia na UEG, atual UERJ (que, vale o destaque, foi a primeira universidade a adotar a política de cotas, em 2003). Como professora de Ensino Médio no Colégio de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira, nos anos finais da década de 1960, fez de suas aulas de Filosofia espaço de resistência e crítica político-social, marcando definitivamente o pensamento e a ação de seus alunos.


Em 1976 (até 1979), Lélia Gonzales iniciou o primeiro curso de cultura negra na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (RJ). O curso teve como foco a presença de artistas negros na arte brasileira e na cultura popular, trazendo questões de linguagem, religião, identidade e exclusão.


Num vídeo de 20 de novembro de 1988, ela aparece falando sobre a falta de educação negra nas escolas, reforçando a importância de Zumbi dos Palmares, um grande líder do primeiro estado livre de todas as Américas, “coisa que não se ensina às nossas crianças nas escolas”.



O pensamento de Lélia Gonzales é vivo e pulsante. O texto destacado nessa pequena biografia pode ser encontrado facilmente na internet, em PDF.


3_Entrevista


com Maria Fernanda Pugliesi

do @coletivo.pipa


@abancavermelha

1. A gente sempre começa a conversa pedindo pra pessoa convidada se apresentar e, no caso, apresentar o Coletivo Pipa também. :)


@coletivo.pipa

Vou tentar ser sucinta rs


Eu não sou educadora há muito tempo, mas foi a educação que me transformou como pessoa.

Quando tomei a consciência dessa transformação, eu resolvi estudar pedagogia, faz pouco tempo… e entrei com uma consciência social muito grande, aos 27 anos já tinha uma consciência mais formada, já sabia em qual caminho gostaria de trilhar.


Terminei a graduação no ano passado, sou professora do ACAIA, uma escola que tem um projeto muito legal na comunidade do Ceagesp.


E a gente tem o Coletivo Pipa, surgiu de um projeto voluntário no MTST, onde conhecemos um pessoal de outras áreas que estava a fim de somar em um projeto.


Começamos na Ocupação 9 de Julho que apesar de ser no centro de São Paulo é algo periférico, no sentido cultural e econômico.


Ocupação popular que é entender os interesses das crianças e a partir disso construir, tentando ao máximo ser uma educação antirracista, anti-classista; referências que, muito possivelmente, não é trabalhado nas escolas mais tradicionais; procuramos trazer referências não-hegemônicas; queremos construir outro imaginário e converter essa lógica.


Por exemplo, a gente estava lendo um livro sobre monstros, e crianças gostam muito desse encantamento, desse mundo simbólico. E eles entraram de cabeça nessa ideia, e demos a ideia deles mesmos construíssem o próprio monstro sem influência dos educadores. E eles criaram o monstro que protegia a Ocupação de bandido e de polícia (que eu achei muito interessante). E eles fizeram os próprios combinados: o monstro assustava as crianças que ficavam depois da meia-noite gritando. Então, dessa forma traz uma consciência com a comunidade em que eles estão inseridos. É muito bonito o processo deles de construção dessa história.


@abancavermelha

2. Mafê, você fez um trabalho acadêmico sobre a escola e a desigualdade social. Pode falar um pouco sobre a sua pesquisa? E também queria saber se na sua pesquisa, você conseguiu vislumbrar a mudança, ou a ação necessária para a mudança?


@coletivo.pipa

Quanto mais a gente estuda, mais a gente tenta colocar em prática. É um desafio colocar em prática, mas caminhamos para esse lugar de colocar em prática.


É um assunto amplo “escola e desigualdade”, tanto que durante a pesquisa teve um corte na questão de racismo.


Eu resolvi fazer essa pesquisa, por causa do Pierre Bourdieu, que fala da escola como um lugar da reprodução da desigualdade. E me colocou em cheque, porque eu acreditava na escola como um espaço de transformação. Mas ele diz que a escola reproduz o padrão da sociedade que a gente já sabe, todos os preconceitos da sociedade.


Por exemplo, você falou do pretoguês da Lélia… é o preconceito linguístico, na verdade, não está errado falar “framengo”, existem contextos. A educação precisa entender melhor esses contextos. Se você está em uma palestra acadêmica, você não vai falar dessa forma. Mas se você está com sua família, em um bar… o preconceito linguístico é de quem ouve, do que de quem fala. Se não, o próprio português estaria errado, porque o português falado no Brasil é diferente do de Portugal.


Então, eu queria entender esse padrão imposto para as crianças e que os professores reproduzem que é o padrão da verdade.


E aí eu acompanhei que falava sobre racismo, em que as crianças tinham que fazer uma pesquisa levantando dados sobre o racismo no Brasil, como quantos pretos estão na política. Até que uma criança indagou sobre a própria escola: quantos negros têm na escolas e quais lugares eles ocupam na escola. E era uma escola particular, e os lugares onde os negros ocupavam a escola eram subalternizados - padrão subvalorizado.


A própria escola se propõe a fazer uma formação crítica, mas no momento que tem de reflexão pura das pessoas que estão em volta, não consegue fazer isso. Eu acho que esse foi o meu maior aprendizado com a minha pesquisa.


O educador que está escolarizado, que tem regras a seguir, precisa refletir muito se ainda está no conto do vigário, se está reproduzindo coisas que não está expande o conhecimento das crianças.


@abancavermelha

3. Eu vi no post sobre desigualdade de gênero que mulheres são apenas 10% nos livros de história usados em escola pública. É possível pensar em ensino/escola sem livros didáticos? Ou ainda… como seriam os livros didáticos ideais?


@coletivo.pipa

Eu acho que o livro didático deve ser mais uma ferramenta de processo de formação.


Por exemplo, agora em época de pandemia, eu e minha dupla a gente está criando um trabalho autoral, no Coletivo Pipa, porque tivemos que descartar o livro didático - que conta com a mediação do professor com o aluno. Então, agora a gente precisa fazer um trabalho autoral, e é desgastante ao nivel 1000, além de planejar, pesquisar, a gente precisa desenvolver 100% do material.


O livro didático passa por uma criva de um conselho político do Ministério da Educação, que por muito tempo foi reverenciado pelas pessoas que estão na educação. Lá em 2003 surge a lei de que precisa estudar culturas étnicos-raciais, houve uma mudança muito grande nos livros didáticos para que trouxesse as referências.


Mas segundo Bianca Santana, uma das seguidoras da Lélia, não é só colocar uma lei, precisa mudar uma estrutura inteira de formação. Lógico que é um passo, é um passo inclusive do movimento negro que fizeram essa pressão no congresso e conseguiram fazer essa mudança. Mas é um passo de quase 20 anos atrás, e já passou da hora de transformar mais.


O livro didático vai nesse caminho e apoia nossa ação como professor, mas é zero prioridade. Até porque o que a gente faz no Coletivo Pipa, que eu acho que deveria acontecer nas escolas mais livremente, é a prática de escutar as crianças, se não é desmotivador.


Se a criança estuda 100% do tempo coisas que não são interessantes para ela, coisas que ela não gosta, é desmotivador. Como que a educação vai ser importante ou legal pra vida dessa criança?


Esse dado de que em apenas 10% dos livros têm personagens protagonistas mulheres são nos livros infantis de literatura - o que eu considero mais grave ainda! O ex-ministro da Educação, por exemplo, aprovou que na educação infantil terá livros didáticos, é uma pessoa sem noção, não entende a infância.


Acho grave por que na educação infantil, os professores costumam ser mais autorais, porque dependem da turma. E a literatura não tem representatividade do mundo…


Educação não tem certo e errado. A gente constrói tudo junto.


@abancavermelha

4. Pra concluir, você pode compartilhar com a gente referências essenciais pro Coletivo Pipa, pra você? <3


@coletivo.pipa

Eu peguei esse livro da Carolina Maria de Jesus “Quarto de despejo”, que hoje em dia é pedido em alguns vestibulares. Até um tempo atrás, os vestibulares pediam apenas homens, tinha uma identidade muito específica do que era pedido, e com uma linguagem… que eu nunca pediria: ler Clarice Lispector aos 15 anos não fazia sentido, precisava ter uma bagagem.


Sobre o livro de Carolina: primeiro mantiveram os “erros” ortográficos dela, que aproxima as pessoas da leitura. Durante muito tempo eu prezava em escrever tudo perfeito, não podia errar nada… Mas hoje em dia, eu converti essa lógica, ainda mais numa informalidade é muito mais fluido do que algo mais formal. Então, esse livro traz isso.


É o exemplo da pessoa que não teve oportunidade, não teve acesso… É uma pessoa muito inteligente. É um diário, a cada dia a gente vê como essa pessoa enxerga o mundo, a criança, o céu, o barraco dela diante de tanta miséria. Como ela acha genuína a infância. Me tocou profundamente, mas é triste. E mostra como a desigualdade é cruel e genocida: por que pessoas tão maravilhosas não serem ouvidas e vistas?


Perguntas extras que vieram pelos comentários:


5. É importante educar os professores para usar a internet no ensino à distância?


@coletivo.pipa

É muito importante. A gente tem sentido na pele.

Estava conversando com uma amiga: imagina as pessoas mais velhas que estão prestes a se aposentar e precisam viver isso, viver esse mundo online.

Eu vivo isso com meus alunos nas escolas públicas. A gente fez uma campanha de conseguir computador e internet para eles.


A gente está fazendo uma formação de um letramento virtual de entender como é o uso responsável do computador e da internet, porque para criança tem muitos gatilhos: publicidade, pornografia infantil..


Mas precisamos aprender sim, porque é um caminho sem volta a pandemia, que mostrou que a internet é uma ferramenta para o ensino/aprendizagem.


A educação é tão controladora, mas a internet não é controladora. É um desafio prender a atenção dos alunos de forma online.


6. O que acha de “Racionais” como leitura obrigatória em poesia do vestibular?


@coletivo.pipa

Eu acho sublime! De alguma forma, foram Racionais que me levaram para a educação.

Eu vivia numa bolha tão grande que quando me deparei com “Capítulo IV Versículo III” e me deparei com aquela realidade que não tinha nada a ver com a minha. Foi tão impactante aquilo para mim, que me despertou para esse lugar que a gente precisa instrumentalizar as pessoas para esses mundos que são opostos. A palavra “crueldade” tem me atormentado nessa época política.


Não só Racionais, como os novos rappers Djonga e Emicida são fundamentais para a educação.


Meus alunos consomem muito a cultura do funk - o funk é criminalizado como o samba já foi, por ser da comunidade periférica. Eles sabem todas as músicas de funk, e a gente precisa usar isso, tá na nossa cara! Ou que seja só para criar esse vínculo, entrar nesse universo da criança.


Por fim, o que eu desejo cada vez mais que a educação e a política sejam pautas do dia a dia das pessoas.


 

No Spotify, criamos a playlist da Banca Vermelha. Para cada live, selecionamos algumas músicas que se relacionam com o tema. <3



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