Por que ainda não abrimos as portas da Banca?

Nos desculpem pelo texto longo, mas gostaríamos de desabafar um pouco sobre essa situação em que vivemos:
A Banca Vermelha surgiu com a proposta de ser um espaço físico, no bairro de Pinheiros, na cidade de São Paulo, onde as pessoas possam desfrutar de publicações independentes feitas por mulheres, e, principalmente, se sintam acolhidas.
Tínhamos a ideia de abrir o espaço em abril deste ano, mas com a pandemia, revimos nossas vontades e criamos a loja virtual para dar continuidade ao projeto.
É desafiador apresentar as publicações apenas por fotografias, vídeos e textos. E para você, que gostaria de conhecer melhor os produtos, sabemos que também encontra essa barreira do mundo tela - afinal, os livros merecem ser tateados, manuseados e cheirados.

Tá! Mas por que a gente ainda não abriu as portas da Banca, sendo que tantos outros espaços voltaram “com as devidas precauções”?
Primeiro por uma questão de princípios, não acreditamos no “novo normal”. Existe um vírus invisível que nos colocou nessa situação extremamente anormal de vida. Não é por que usamos máscaras e disponibilizamos álcool em gel, que nos permite reabrir um comércio. Já estamos no quinto mês de isolamento físico, e só o estado de São Paulo registra mais de 30 mil mortes em decorrência do coronavírus, e quase 900 mil casos de contaminação.
Diferente de um supermercado/ mercearia/ hortifruti/ farmácia, onde você seleciona produtos a partir de uma lista, bancas e livrarias são espaços para se estar, para conhecer… É necessário dedicar um tempo dentro daquele lugar.
Outro motivo muito importante: as publicações podem virar vetores virais. Até escolher um livro que você goste, você já folheou outros. E isso, certamente, aconteceu com outra pessoa antes de você.
Por último: por respeito a outros lugares como @bancatatui e @bancacurva que continuam de portas fechadas, também decidimos não abrir nosso espaço.
Seguimos sim com a loja virtual, em que temos total controle de que o seu pedido chegará devidamente embalado e protegido.
Esperamos que entendam nossos motivos e a decisão de continuar de portas fechadas, ainda que seja a escolha mais difícil, acreditamos que seja a mais responsável.